quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sexta-feira, 21 de Agosto de 2009

Imponderáveis

Toda noite esse desejo persistente embebido pelos seus negros cabelos nas minhas narinas embala o sono no desejo incerto. Olhos que se fecham sem querer abrir e quando se abrem desejam retornar ao sono eterno. Tão sedutora quanto à menina vida você é mais madura e bela enquanto sutilmente sussurra promessas aos meus ouvidos. Você me diz outros nomes, mas sei bem que te chamam morte.
Dançando a noite sobre meu corpo, desfila assim antíteses de um veneno cego em encerrar ao certo as batidas do coração. Tuas mãos abraçando meu pescoço, porém ainda é muito fraca para poder me estrangular separando o corpo da matéria alma. Nada mais de pensar, apenas apodrecer nesse doce romance que tanto me empolga.
Acasos involuntários do destino reto, certo e ditador. Armadilha pronta, portanto a luta está lançada entre Renan e Khydo, pesado e leve, amor e individualismos. Separados e unidos em um só fluído: lágrimas.
Não sei para que chorar lágrimas ácidas no deserto (solidão) por mim inventado?
Eu não falo aqui, as palavras se despedaçam e voam como letrinhas num esguicho em vômito. Como uma tela essa inconstância configura algo não escrito, mas sim desenhado em sensações. Talvez isso seja o surrealismo, onde o produto em expressão diz algo diferente do que mostra. Seria olhar além.
Já eu não sei para onde olho em meio a tanto sentimentos que geram angústias e incertezas. Parece, na verdade, que meu destino se torna cada vez mais certo: Burrices feitas, preços pagos.
Até quando serei escravo da insatisfação, insaciedade, infelicidade repetida. Serei escravo da necessidade moderna em ser individualista, andando apenas com minhas pernas, meu emprego, minha vida só minha?
Essa conformação existencialista que forja as relações humanas amorosas ou não da incompletude eterna do outro. Para sempre condenados a desejar, mas não obter o outro seguindo um horizonte esquizofrênico, inatingível. O inatingível é minha angustia, por que não posso compartilhar da alteridade?
Imaginação dos infernos que me acorrentou a um mundo de sonhos onde consigo enxergar mais do que as outras pessoas e ser sempre muito menos, muito menor do que qualquer um. Finalmente atingi a essência humana, vou me tornar um verme, uma bactéria me descomplexificando, devolvendo as questões a um nada.
Bom dia rapazes por que não abusam mais ainda do meu corpo, mente conjunto completo?
Já passou da hora de um asteróide cair e aniquilar a vida terrena; passou da hora de um demônio poderoso atear fogo ao paraíso; do próprio homem gerar uma bomba que coloque fim ao universo... Todos incompetentes.
Nem é raiva isso tudo, são negativos do que as palavras não podem dizer, os sentimentos não deveriam ousar traduzir e menos ainda os inteligentes conseguiriam compreender.
São lanças metálicas perfurando sem dor a minha carne de onde escorre um esperma viscoso mesclado em tons brancos e amarelado. Minha boca contorcendo-se de prazer por ver a rotina se realizando em um desejo sucessivo de masoquismo.
Seria tudo isso saudade de um imprevisto ou medo da repetição fugaz?
Por favor, peço a quem lê tão insanas declarações, por que você não ousa tentar me dominar e quando isso for atingido (se isso é possível), por que não tente possuir completamente além das conquistas que puderam ser imaginadas? [Retalhe meu corpo e me engula, não deixe para a terra o papel de me digerir. Faça você mesmo e me eternize em seu espírito humilde]
Intenso, é como eu traduzo as minhas muitas vontades/necessidades...

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