quarta-feira, 15 de abril de 2015

Ame Onna

Chuva me molhe,
encharque pelos, pele, boca, olhos, orifícios.
Molhe a mim.
Molhe assim:
primeiro sutil, gentil, doce.
Depois me agrida, brutalmente flua em mim,
me afogue,
me dissolva,
me escorra pela rua como entulho.
Quando se cansar, podemos descansar em uma poça,
fossa, potinhos, copinhos e afins.
Quem sabe ate ser bebido, fervido, transformado dentro de outrem.
Nos de tempo e iremos desaparecer,
evaporando,
fugindo,
nos unindo,
Crescendo
até escurecer outros céus,
embeber outros corpos.
Embelezar, enfurecer, chover por ai.
Do céu aos olhos, gota a gotas em tudo estar
em todos,

e não ficar com ninguém.       

segunda-feira, 13 de abril de 2015

[Erro]

Pedaço etério do tempo, minha vida aprisionada por quatro paredes tenta viajar distancias através da mente. Sempre repreendido, me sufoco e imploro por mais aperto até ficar definitivamente sem ar. Mata-me. Conclua seu domínio, sua repreensão hipócrita, seu desleixo e solidão causados pelo inamoro.
Nada de mãos dadas, nada de beijos, nada de carícias. O mundo não precisa saber, você não precisa ter, não sou assim, não quero, não posso... Ausências amaciadas pelo torpor do dinheiro.
Necessidades incorretas, mimos, cumplicidade... O que é isso?

Algo parece errado diante dessa confusão toda, e em sofrimento minha criança bloqueia todas as entradas. Quem sabe em breve tudo se desmorone e mate nós dois ao mesmo tempo.