quinta-feira, 31 de julho de 2014

Essas coisas escorrendo dos meus olhos são apenas lágrimas. Quase sem motivo algum elas brotam após implorar por amor ignorado, quando não um carinho ou a satisfação de vícios sexuais. O que será que esse composto de água, sais minerais, proteína e gordura estão fazendo ai? Não seriam elas inúteis? Mera tentativa de lavar dores psíquicas, um placebo que vaza aos olhos em fuga do corpo sofrido.
Com olhar vazio observo o horizonte nebuloso da desesperança e insatisfação.

Apatia!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Insólito amor - Se mantenha ou se vá de uma vez!

Por que tu me faz insistir,
de que me fará desistir
com essa insegurança constante
plantada por sua fragilidade diante das situações inumeráveis.
Segurança perdida,
alma e ciúmes doidos
enquanto você se gasta sozinho
se gasta com os outros,
mas não se aproveita junto a mim.
Deste modo, parado fico me acumulando para ti
Injusta justiça na qual me torturo te mimando,
fazendo coisas para além do meu orgulho e vontades.
Que dor terrível,
sempre dando aos pesadelos novas chances para tuas traições.
Cuida de mim,
fica comigo eu sou mais do que um amigo,
muito embora as vezes penso ser tido como um inimigo
por isso me fazes sempre um tolo sofrido
em te amar assim.
Cadê meu marido?
Me permita também ser feliz
Saiba fazer-me bem
Não me machuque,
não mais uma vez
e mais outra
...
isso parece nunca ter fim.
Quero que você seja livre,
Mas também quero que seja homem o bastante para se dar o respeito.
Estou cansado de ter ferido o meu peito
A vida te dará muitas oportunidades
e para todas haverá um preço
a próxima provavelmente será paga com meu adeus.
É triste o fim, mas isso não pode se sustentar
Não desse jeito
Sem compaixão ou respeito
Se tiver de ser assim
Vá embora para que eu feche a porta.
E fique preso em mim
que quis para nós dois,
mas por ti:
Tudo destruído ou
desperdiçado!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

"Quando acordei esta manhã no quarto úmido e escuro, ouvindo o tamborilar da chuva por todos os lados, tive a impressão de que havia sarado. Estava curada das palpitações no coração que me atormentaram nos últimos dois dias, praticamente impedindo que eu lesse, pensasse ou mesmo levasse a mão ao peito. Um pássaro alucinado se debatia lá dentro, preso na gaiola de osso, disposto a rompê-lo e sair, sacudindo meu corpo inteiro a cada tentativa. Senti vontade de golpear meu coração, arrancá-lo para deter aquela pulsação ridícula que parecia querer saltar do meu coração e sair pelo mundo, seguindo seu próprio rumo. Deitada, com a mão entre os seios, alegrei-me por acordar e sentir a batida tranquila, ritmada e quase imperceptível de meu coração em repouso. Levantei-me, esperando a cada momento ser novamente atormentada, mas isso não ocorreu. Desde que acordei estou em paz".
Sylvia Plath
Se meu despertar nunca ocorre, estaria eu dormindo o tormentoso sono da morte? Embebido pela loucura o corpo se mantem inerte e desritimadamente acelerado.Talvez eu tenha tantas metas a cumprir que não me sobre tempo para o suicídio. Oh, vida corrida, nem para morrer me sobra espaço.

Indiferença


Um cão abandonado, desesperado por pés no capacho de um carro.
Em um capacho perdi meu lar e em todo capacho reza a esperança de amor.
Sempre aos teus pés.
Não importa minha beleza, graça e felicidade, o acaso fez de mim um cão abandonado mecanicamente viciado numa esperança cega.
Não basta partir corações alheios tenho de aceitar minha sina definhando pelo azar latente.
Como bestas feras separadas de seu todo estamos sempre desejando o reencontro querendo nos dividir para sentir a completude nos deparando repetidamente com o inalcançável.
De algum modo estamos sempre despreparados uns para estar com os outros e o fracasso da vitória é rapidamente sentido.
Permaneço assim, sentado em chão frio de onde observo a distância de uma janela. Janela de tão alto prédio esperando apenas ver tua imagem e não me sentir, no mundo, isolado.

Roupas balançando no varal sem que o vislumbre chegue.
Não durou nem dez segundos e jamais, em toda minha vida, retornarei a ter esse momento. O efêmero e fugaz da existência é que ela vai rumo ao nada absoluto da negação tempo e espaço.
Tornamos-nos meros tênis abandonados – sinônimo de morte.
Estradas por onde passou (histórias compartilhadas) tudo registrado pelos pés que caminham em união com o chão.
A tristeza de um sentimento por tudo o que já foi e ficou ausente,
Perdido
Sempre, sempre, sempre...
A tristeza é sólida e corrói
Feito a indiferença

E o viver!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

"Orientações" eleitorais sobre a conduta pública dos servidores


Iniciamos o período de Quaresma Eleitoral, não se esqueçam de cobrir imagens e símbolos que possam comprometer a reflexão social. Anule sua vida particular nos espaços públicos e favoreçamos o não dialogo até findar esse momento de suspensão virtual dos serviços públicos e da sua vida privada nas redes sociais, amém.