sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Desafio

O que fazer quando tudo o que desejamos já foi alcançado, e mesmo assim insatisfatório?
Não adiantaria repetir, nem poderia caso desejasse.
As lágrimas fogem de abraços sonolentos, beijos solitários, masturbações esquizofrênicas.
Não quero que ninguém compreenda o que aqui escrevo, escrevo para esvaziar essa tímida tristeza.
Estou aprisionado em um saudosismo, confuso pelos indícios do passado.
Repetidamente não-namorados mostrando-se melhores do que qualquer namorante, amante ou amigo. Ironia do destino ou não eles são inatingíveis, inesgotáveis, no entanto, duram pouco e somem como poeira.
Eles se tornam um pedaço de nós e nos arrancam duas vezes mais essa parte quando vão embora.
Daí dói, dói... e nunca mais para de doer. Já faz mais de cinco anos entre acúmulos e frustrações me cansando sucessivamente de cansar.
Se ao menos isso me ajudasse no mundo dos jogos. Que falta de sorte é essa que me consome e lá vou eu chupar sorvete sozinho, de novo?
O tempo corre, mais uma vez desperto o dragão de pedra e gelo que fará de mim um insensível ninfomaníaco cínico.
Tudo o que queria era um olhar no fundo dos meus, iluminado pelo brilho do gostar. Veias nos braços trocando os corpos, satisfazendo o isolamento.
Cansei de ver a cumplicidade em fuga,
casamentos desmanchados,
sonhos destruídos,
realidades transformadas em ilusão.
Cansei de me perder nos meus desejos.
Devo estar gritando muito baixo, há tanto tempo perguntando por você: onde está, aonde foi, que até hoje não me encontrou?
Quando é que o mundo me oferecerá uma arma para lutar contra a única coisa que me dá medo: a solidão.
Dessa forma vou prosseguir, me apaixonando pelos errados e vendo os certos escaparem por entre dedos...
Por favor, me encontre!