terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Egocêntrico

Egoísta eu, egoísta. Egoísta que me desejo e quero tudo apenas para mim mesmo, eu e a mim (me desejo).
Fechado em meu mundo eu excluo todo o resto usando e abusando apenas do que me faz feliz na minha medida das coisas. Se o real não é valido posso sempre me refugiar no imaginado por mim. O mundo se dobra a minha vontade guiado por meus olhos bocas e ouvidos complacentes.

Passando por cima dos outros, quando muito em confronto, preciso analisar o quanto estou apto a fazer o mais positivo possível em meu benefício sem que precise ceder tanto para tal. Nada de exorbitantemente novo, essa é a relação social em que nós cada vez mais narcisos escolhemos o nosso próprio sol e umbigo como centros de felicidade e ação. Desapegadamente os sentimentos são meras reflexões do meu mundo murado. Pareço forte enquanto a sustentação não ultrapassa esse espelho delirante do ideal individual, cada vez mais em ascensão.
Em meio as tempestades, todos eus adentram o inconsciente e são sublevados pelo superego. Dominadores e dominados giramos a roda da consciência por personalidades diversas com um fim sempre semelhante. Preso a essa vanglorização, megalomania, sentimentalização tão encantadas a minha observação, eu me perco igual a todo mundo. Perdidos através de fotos, sorrisos ensaiados, necessidades produzidas para reproduzirmos o ideal padrão de vida plena. Assim segue a felicidade do Narciso refletindo e definhando em insensatez, em esvaziamento da leveza do ser. Nos considerando tudo, somos pouco mais do que um nada.