quinta-feira, 3 de abril de 2014

Algo mudaria se você soubesse o dia em que vai morrer?


Onde reside essa vontade de viver que constantemente me abandona?
Sufocado, não me faço de rogado em descobrir suas fugas deixando-me aqui órfão, a própria sorte, para que eu me aventure por FINAIS possíveis. Tudo é intensidade e apatia. Os sentimentos se fazem confusos, vazios, obtusos.

Secaram-se até as lágrimas tomadas pela falta de propósito tendo ido acompanhar a vida de mim extraviada. Uma alma errante em um corpo mecânico.

Fechando os olhos ainda é possível sentir o pulsar contínuo dos processos físicos e químicos dentro de um “eu”. A mágica transformação desencantada de um ser.

Por que será que gostamos do que gostamos? O que move nossa vontade? Como se estabelecem nossos prazeres, gostos e dissabores? Quem pode saber distinguir a tênue linha entre o biológico e o cultural? Cada pessoa perceberia as coisas de modo singular ou isso é ilusório?

Vendo um bebê se movendo ao ritmo de um som, esboçando uma forma própria de sentir e se expressar através da dança eu me pergunto tudo isso. Mas afinal, o que é o dançar? Por que pode esse ato nos proporcionar o que proporciona e a outras pessoas ocorreria algo oposto? Essa singularidade de uma subjetividade coletivizada me angustia.

Estou morrendo.

 Estamos morrendo.

Continuamos buscando uma ideologia para encarar a vida ou pseudo vida por nós escolhida.


Tic-tac o tempo passa e tudo se vai. Assim como um sentido para esses disparates meus.