quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Quarta-feira, 28 de Maio de 2008

\__________Abraça-me__________/
Propriamente quando começo a compreender um pouco as idéias de Nietzsche, Descola, o mau uso de termos como pessimismo, além de conseguir abstrair uma pequena parcela do pensamento Cristão em relação aos meus, entra em jogo o destino. O que é essa porra de destino? Ele existe de fato?
Antes deixem que eu me explique.
Como comentei em outra postagem, minha Vózinha não estava bem, pois então, agora ela está pior. Se já não bastasse os problemas com a depressão, como os de coração, ela agora está com câncer. Para melhorar ainda mais, é o bendito do maligno que se escondia há cinco anos.
Abro os olhos e vejo o mundo indo embora rapidamente. Sempre do mesmo modo: as pessoas que gosto sumindo sem me levar ou tentar ficar comigo. Quantas pessoas precisarei perder até que chegue minha vez?
Quem me dera fosse capaz de viver sozinho em desafeto. Estou sempre na carência de algo, seja inteligência, seja amor, seja alguém, seja o que for. Num dia o desânimo rouba meu sorriso, no outro a morte ainda menina, no outro... Depois não querem que eu faça festa de minha vida!
Pelo contrário, viver uma festa contínua seria o melhor para desligar-me do passado, viver completamente o imediatismo, dos momentos aos momentos. Deixar de ser sério ou responsável (tradição familiar) para me tornar um santo baladeiro (experiências passadas).
Opa! Calma ai, minha avó não morreu ainda. Ela irá fazer uma cirurgia e tentar continuar viva. O ser humano é assim, sempre tentando sobreviver mesmo quando se mata. Independentemente do que aconteça não irei chorar, por enquanto, não enquanto não vivo. Entretanto mais tarde chorarei em dobro o tempo perdido, as palavras não ditas.
Tenho ódio de mim por ter sido parcialmente carinhoso na infância e totalmente frio nos dias de hoje. Pior ainda é que não tenho forças e o tempo não para. Um dia o tempo acabará e terei perdido todas chances de viver esses possíveis com quem quer que seja.
Parece-me que esses fatos tanto unem, como separam pessoas, ainda mais na fase da vida em que me encontro, onde, por mais que me considere um lixo, o que não importa de fato, o que me importa mesmo é ter sido importante para alguém independente de mim mesmo. E que tenhamos compartilhado felicidades, que na minha opinião, felicidade egoísta, dessas sozinhas nunca é tão boa quanto à outra.
Ontem, por exemplo, recobrei um pouco meu animo com uma mensagem tão doce de preocupações sobre minha vida e a declaração do sentimento de saudade. Às vezes parece tão raro receber algo inesperado, ainda mais algo assim: saudade.
Enquanto isso estou aqui, escravo das bibliotecas, dessa universidade, dessa vida de preparo, produção, consumo e sei lá o que. Realmente, o Diabo e sua ampulheta me superam sempre e me pergunto: Se existe o destino, como eu poderia chantageá-lo?
Nada do que desejo se realiza. Viver nos sonhos não adianta, aceitar a realidade não vale a pena. Puta merda, para que continuar vivendo então?
Talvez no meu caso, por persistência. Quero insistir mais e ver se ganho algo da vida. Na verdade estou sendo ingrato, ganhei muitas coisas. Pessoas maravilhosas, momentos únicos que me enfeitiçam em nostalgia.
Nesse instante acho que quero sair entre árvores e gramíneas, andar sozinho com plantas, animais e pensamentos em meu redor. Me curtir, beber, fumar e fazer qualquer coisa sozinho, para depois procurar quem me abrace. Melhor ainda seria ser surpreendido em minha solidão, por um abraço... que fosse o doce abraço da morte, da minha avó, do amor, do vento ou mesmo de minhas ilusões...
Solto como uma folha seca eu caio e sou levado pelo vento, meu destino é incerto e minha existência finita em suas palavras. Já as certezas, ilusões de uma realidade que queremos transformar em fortaleza como o amor e a segurança, o sonhado e o vivido. Tenho saudades de todos e temo o dia de suas mortes, porque a minha só tem sentido pela relação que constitui com as outras... Sou um retardado mesmo para dar um de falso filósofo! Pa-ra-béns Renanzito!!!

Comentários:

Jana Escremin! disse...
Poxa você escreve muito bem, expressa o que sente com tanta naturalidade..Eu já me senti assim, do mesmo jeito que você tá se sentindo :/ Não vou dizer coisas "clichês" como: 'Tudo passa...' e essas coisas. Porque sei que é irritante escutar isso qdo o que se quer é apenas um abraço, demonstração de afeto, certo? A saudade que você citou ai é a melhor forma de amenizar nossas agonias, é a saudade boa aquela que mostra que somos alguém para alguém..Que saudade que tenho dela :~ !Bom, mais na minha cabeça que não é muito certa já vou avisando, acho que você deve curtir sim a vida, e dar valor desde já as pequenas coisas.. Muitos problemas? Não é preciso resolver todos eles, aproveite-os. Tire o que eles tem de melhor, talvez lá no fundo e mais para frente você vai sentir uma imensa alegria. O destino é um tremendo fdp, eu sei. Faz as coisas irem embora para não voltar, principalmente aquelas que queremos guardar em potinhos de vidro e não deixar nem à mostra. Na sua solidão você sempre vai ter quem te dará um abraço, contar alguma piada ou inventar algo para te fazer sorrir por miléssimos de segundo, bom.. pelo menos é o que acontece comigo.Não pensa muito no destino não, porque ele acredita em você e te faz as maiores surpresas :( Todos nós tentamos trapacear ele, queremos viver mais e queremos que as pessoas vivam mais..Nem sei como explicar, mais ele possui duas caras. Sorria para ele em troca você vai ser recompensado ;)FILOSOFEI ¬¬' HAHAHAHAliga nãão, só tentei ajudar!Beeeijos! Adorei o texto :*
28 de Maio de 2008 12:37

KaHh kobayashi disse...
carpe diem meu bem!adoro filosofos de plantão, concordo com a prima do matt q eu nao conheço, vc escreve mto bem,saudade**
31 de Maio de 2008 16:10

Diego disse...
Acho que eu sou o centro mesmo...não que esteja sendo egocentrico...mas pelo amor de Deus que texto é esse...gente o titulo dele ta errado..."abraça-me"...devia ser..."mate-me"...eu nunca vi tanto pessimismo vindo de uma pessoa só. Que vê oq tem de errado e não faz nada pra mudar toda essa realidade, tudo bem a vozinha ta com câncer, mas não está morta...e tem o direito de lutar pela vida sim...da mesma forma que vc quer curtir ela tbm queira...se vc não chora ou não faz elogios o suficiente tente mudar isso caralho comece agora antes que seja tarde...pq dentro do caixão não vale nem a pena dizer, fumar, beber não é curtir a vida não tá, pois muitos de nós não precisamos disso pra encontrar um caminho que nos traga luz...alias se vc acredita que o Diabo esteja fazendo isso tbm deve crer que ond ah trevas ah luz...olhe ao redor nem tudo é perfeito, mas ficar se lamentando é o fim da picada...eu descordo dos comentarios anteriores...pois devemos ter força de vontade...nada cai do céu meus amores...pode me chamar de Madre Tereza se quizer...mas vejo sim um mundo mais lindo...com flores e cavalos correndo pelo campo...kkk...aloka gente pensei no "My litle pony"...se não acreditarmos na vida e em nós mesmos...meu anjo vamos crer em que?!Se vc quer mudar Renan comece logo antes que seja tarde...não passamos por nada atoa...um super abraço e saiba que te adoro...mas seja mais positivo...a alegria mora dentro de cada um saiba encontra-la!Bjos
3 de Junho de 2008 15:16

Anônimo disse...
Cuidado com o que lêem crianças. Eu trabalho com símbolos, ironia e sarcasmo. O texto se propõe o oposto por isso sito Descola entre outras coisas, que representam o contrário do que possa leva-los a pensar. Na verdade estou repleto de reflexões realista que não se propõe ao otimismo nem ao pessimismo. O motivo de dizer parabéns para mim no final é que esse texto realmente é filosófico e de difícil compreensão sobre o que é real. Mas minha crítica principal é sobre a efemeridade das palavras, das ações, etc. (coisas que darão num artigo científico, caso decida me explicar aqui).Resumindo, falo de meus limites e dos limites das possibilidades... se eu pudesse fazer algo já teria feito e não estaria verbalizando. Na verdade tem muita da crítica de Descola, que não é simples. Peço perdão e aprecio os comentários, pensem em mim com essa tríade de sarcasmo, ironia e simbolismos. Não fiquem presos a aparência dos textos eles dizem mais do que aparentam sobre coisas... já falei de mais!Alterego sublevado!
6 de Junho de 2008 09:32

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