quarta-feira, 9 de abril de 2008

Casa Nova!


Em Marília existem vários vales. Dentro de um desses buracos aonde os ventos se encontram, num quartinho pequeno e escuro eu me encontro. Eu em uma pequena casa, desfrutando o inverno de minhas paixões.
São nesses momentos que minha vida decide polarizar-se no oposto, no negativo, no destrutivo. Pouco a pouco me destruo, me consumo testando os limites que esse corpo possa atingir.
É delicioso mergulhar o rosto em um espelho d’água, enxergar minha alma, prendendo a respiração a espera de um colapso. Novamente o sabor doce da morte em minhas mãos querendo criar.
Criar é o que mais faço, independente de serem futilidades ou não eu crio. Tudo vem assim como um impulso rasgando por dentro e explode em gritos abafados pelo travesseiro. Em olhos moles para livros e câimbras nas mãos de canetas e celular.
Estamos sempre tão cansados e desmotivados, que chega um momento em que penso ir alugar um quartinho em outro lugar. Com belas cortinas brancas, flores de plástico e uma madeira toda acolchoada garantindo meu descanso eterno. Talvez fosse mais bonito se pintassem minha casinha de verde ou púrpura e não a chamassem de caixão, mas sim “cantinho do Renan que a muito se foi, e não se riu”.

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