quarta-feira, 16 de abril de 2008

Amor absoluto: assim se escraviza um escorpião (postagem curtinha)

Vou contar algo bem intimo, mas que já possui significado e vivência real para mim. Em uma postagem anterior havia dito que narraria um sonho, e é o que pretendo fazer agora.
Já sonhei e recordei esse sonho várias vezes, ele representa o que estou sentindo agora, só espero poder encontrar um dia uma imagem que o represente tal qual ele surge na minha memória.
No sonho vejo pés com botas feitas de coro de coelho andando por um chão de cascalho, como as de certas praias de água doce. Dava para ouvir o som conforme caminhava, em uma estrada rodeada por uma floresta de bambus balançando com o vento.

O céu é tão claro que mal se vêem algumas nuvens cinzas refletindo tanta claridade, isso tudo acompanhado por uma tênue luz azulada que parece estar em tudo que olho e configura mais ainda o aspecto de surreal. É como se fosse a lente de minha câmera, de um azul com branco embaçando e retirando parte das outras cores por todo o cenário.
Conforme me aproximo de uma porteira, ouço o som de uma madeira que bate sucessivamente dentro de um espaço de tempo determinado. Chegando ao local, compreendo que o som saia de uma mina d’água, que cai sobre um pedaço de bambu trabalhado e vai em direção a um poço. Nesse mesmo espaço circular, todo cercado pelos bambuzais que abraça toda clareira sobrando apenas espaço para a humilde casa de madeira ao lado da mina d’água.
O frio é imenso como se estivesse para nevar após uma chuva longa, e uma fumaça terna insiste em subir pela chaminé da casinha.

Dentro não há divisórias. A direita está uma espécie de cozinha com uma pequena dispensa, mesa e não me lembro de outros detalhes. Logo em frente, a lareira com algumas coisas em cima e uma panela escura ao lado ou no fogo, também não me recordo.
O casebre é bem apertadinho e acolhedor. A minha esquerda tem uma cama grande e bem fofa encostada à parede com lençóis e cobertores brancos, além de um gatinho persa branquinho e bem peludo ao centro da cama.
Nisso começo a me sentir cansado como se o sono já desejasse brincar comigo e fossemos nos divertir pela noite anunciada na fresta da janela, que igual à casa toda, é de madeira salvo algumas partes de vidro. Bonito mesmo são os furos em formato de coraçõesinhos em suas abas, e também presente nas cadeiras.
Não existe nenhuma forma de tecnologia muito refinada, sou eu e a claridade da lareira. Quando me deito, sinto o gozo particular de fugir do frio, chegando a vapores termais que saem da cama aquecida pela gatinha. Um gozo semelhante ao do bebê no ventre de sua mãe, um calorzinho de prazer e conforto. Estando eu e a gatinha agora próxima dos meus pés, quando não transitando até o meu peito, com suas patinhas afiadas e o ronronar. Querendo brincar ou conversar comigo, pedindo carinho e cafuné até cair no sono outra vez.
Até mesmo eu vou pegando no sono, na mesma proporção em que a brasa esfria na lareira ainda clara. Pouco a pouco, com aquele sentimento de realização absoluta, de um ser completo, sem preocupações, carências, infelicidades, nem tristezas.
Embora o sonho pareça algo que remete a uma fantasia, em que eu estou vivendo uma vida sozinho, sendo que na verdade reflete um pouco do meu conceito de amor.
Um amor ideal, um amor que esquenta e esfria, que acolhe e conforta, que brinca e dorme, que cega e tranqüiliza, que precisa atravessar um caminho de cascalho até encontrá-lo e se abrigar da chuva ou do frio (tristeza e angustia). Seria um amor dialético, o duo no uno, aquilo que sentimos pelo outro, mas que só se significa e se sente em nós.

Caso alguém esteja me lendo e considere-se sábio o bastante me diga: Como, quando e aonde poderia encontrar esse tipo de amor e com quem, desde que isso não remeta a um outro sonhar? Essas coisas não existem, nem podem ser inventadas no mundo real? Se não por que não? O que mais eu deveria saber sobre essas coisas da vida? Ou essas coisas não se pergunta?
(Vixe, achei o texto mal escrito, mas estou com preguiça de corrigir os detalhes... Clique no título e veja a postagem completa)

Um comentário:

Matt Escremin disse...

seus sonhos tem coerência!
os meus não tem nada a ver:

no meu último sonho tinha votuporanga, paulo de faria, praia, baleia, paris hilton, eu falando em inglês, party monster, semana do livro daqui de votu, carnaval e por aí vai.