sábado, 14 de junho de 2008

De olhos bem fechados

Sair, correr, brincar, estar vivo ou apenas deixar fluir. Estar no mundo sem deixar de agir, virar para o lado e atravessar o espelho. Tudo isso pode parecer muito complicado para vocês, entretanto é uma arte facilmente realizável. Basta fechar bem seus olhos.
No tudo preto que se esfarela eu lentamente crio. No quatro paredes do meu quadrado sólido gosto sempre de crescer em meu universo infinito. Já que não posso me realizar ou viajar em dinheiro o faço em espírito valente e galopante.
Meus desejos ciclônicos sempre tomam rédeas dos olhos que guiam no escuro e no claro, na noite e na rua, assim vai... Será que existe um ponto de chegada? Ah, é mesmo, ainda falta a morte.
Enquanto ela se demora vou sair para brincar, continuar minhas tranças, fazer minhas estrelas. Todos os dias novas flores crescem e somem no meu jardim. Voando estou nas minhas meias e línguas salinas enriquecidas por histórias.
Uhm, que fome, logo agora que acabei de jantar. Acho que amor não é capaz de me saciar. Melhor mudar de prato, lavar as mãos e espetar azeitonas... hehehehe, realmente vocês devem estar achando muito difícil fechar os olhos, não é?
Peguem Diazepans e Catuaba, molhem suas hóstias com safadezas, pois somente assim conseguirão saborear minhas palavras. Palavras essas humildes e muito simples, de significados retos por caminhos sinuosos. Estou fumando um baseado de entediamento e preguiça, pior ainda que acabaram meus cogumelos.
Miau, uau, sim, sim eu falo a língua dos gatos. Gira, gira um saci na estrada me cansei de te esperar. Mensagens cifradas, engano seu. São dedos presos de um fanho bêbado.
Acredito que já seja hora dessa ciranda chegar ao fim. De rei a sapo, agora não sou nem mesmo príncipe. Chegou a hora de chorar molhado e coçar o nariz, vou correr atrás do meu anão, mesmo que nunca encontre o final do arco-íris.
Nossa, como fui longe. Andei tanto que esqueci de mim, de eu, será que falta mais alguém? É mesmo, a Eco está em casa onde Narciso menino dorme ao lado de Epimeteu. O melhor de tudo foi despertar Ártemis enfurecida com Iansã ao meu lado.
Quando finalmente abri meus olhos só tocava uma música ainda distante em minha memória vaga. Cada letra uma bola de sabão, cada segundo um novo zodíaco. Finalmente o Tigre desenha o que os Titãs plagiaram e eu repito:
“Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou
Eu não quero mais dormir
De olhos abertos me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou
E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim”
Agora sim, levante-se, você já abriu os olhos e esse caminho dificilmente volta atrás. Meu telefone é o mesmo, mas deu cupim na operadora. Dança, dança bailarina voe e saia do armário borboletinha que um dia o sapo come. (se deseja entender me conheça e leia Jung).

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah!
lendo isso, teh q
deu vontade de ir deitar na grama
láá na uel,
e ouvir tribalistas,
comendo chocolate!

bom,
vou indo.
bjoo