quarta-feira, 18 de junho de 2008

Campanha Cultural

Para: Amor,
um diálogo com a pluralidade.
Bem poderia eu ser sincero comigo mesmo e escrever como escreveria a um diário sem qualquer policiamento. Simplesmente deixaria fluir e traduzir o que da sociedade em mim penetrou e (re) significou-se. Até onde a culpa é externa ou interna a mim também não são coisas as quais saberia falar.
Uma das poucas possibilidades que se sustentam em minha imaginação limitada culturalmente foi preservar o diálogo. Muitos diriam que precisamos falar de racismo, de negros, de história e tantas coisas mais. Para mim tais questões não poderiam nem ter existido ou sido sonhadas. Assim sendo, elas não deveriam constituir um problema, pois não deveriam ter sido criadas por nenhum humano que possua relações éticas com a vida.
Entretanto se essa realidade se fez, sendo incomoda até hoje, além de gerar debates e novas significações é porque algumas tradições demoram a desaparecer e outras ainda mais para nascer. Mais do que questões éticas, morais, racionais, sociais/culturais essas questões não são naturais. São relações de poder dentro de um discurso.
Eu não apologizo nenhum dos lados, nem quem discrimina nem o oposto, seja ele qual for. Defendo a pluralidade de perspectivas e a liberdade de pensamentos desde que duas condições mínimas estejam preservadas: a do humano e a preservação do diálogo sincero entre diferença, o igual e o simétrico.
Infelizmente, na minha opinião, a maior conquista dos “negros” foi descobrir o drama do poder. E o pior exemplo dos “brancos” foi iniciar essa relação desumana de como submeter através do poder, sem que nenhuma das partes percebesse qual a chave dessa discussão: (ainda é segredo). Deixemos mais uma vez que a realidade entre em choque contra ideologias de modo que algum dia finalmente a palavra amor deixe de ter uma cor específica, sem ser algo particular ou universal, mas sim plural. Deixemos de naturalizar a diferença sem também tentar submeter uma universalidade, porque temos de ter medo em ser sincero?
Deste modo tento expressar como eu, jovem “branco”, penso essas questões e ajudo a escrever uma história que perpassa meu cotidiano, me diz respeito enquanto escolha individual e responsabilidade social.
Agora sim, vamos falar... ou melhor, conversar sobre?!

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