sexta-feira, 15 de abril de 2016

Expurgo do coração

Palavras que ecoam dentro de mim como um grito, eu grito, é mudo, é sufoco, é imundo, é mito. Simplesmente o exagerado exageramento do eu, louco, perdido, histérico, paranoico, possessivo, asfixiante.
Dos olhos a necessidade de fuga, o principio, escada para salvação ou danação. Destino incerto, palavras obtusas. Escrevo como se as mensagens fossem meu desabafo, a principio no celular, posteriormente diário.
O afeto teima em não me dar postura para dizer se vá de uma vez, mas a permanência latente corrói cada célula me dando enjoo como se a vida não devesse continuar. É uma disputa de hipocrisia e felicidades aparente, uma disputa por sobreviver, lembrar, esquecer importando-se ou não.

Com boca calada falo com olhos, pele, movimentos cujo quais sempre me comuniquei e que representam a forma a qual eu consigo expressar o que quero... Não faça o amor virar ódio, não enfie lanças em minha bexiga, pois nada é simples e talvez seja até um pouco mais complicado. Me cansa pensar, deixo os dedos digitando sem parar, sem correções, apenas falando o interno o que meu eu talvez não veja, aquilo que me escapa.
Relação morta em estado de putrefação afeta a ambos, mas apenas um adoece. Que escolha tenho?
Não há mais o que tentar, estou morto e assassinado dia após dia por ter você a meu lado lembrando me do estado – inerte.
Me sinto tão egoísta quanto a vontade de ficar isolado, sem força, sem dinheiro, inteligência, beleza ou esperança quero apenas estar deitado no silencio e ter todos rostos apagados, de um passado sem registros, sem família, sem substância... Muitas palavras e nada de me entregarem as tintas que aguardo em frente à casa a antiga.
 

Um comentário:

Renan Menezes Cardozo disse...

Sem correções, rascunho - descrição para o Felipe - Mudo, falo as palavras por sonhos do desejo imaginado e não compartilhado. Nada vaza meu conteúdo preso, reprimido, sofrido e ampliado. Filho de Hermes domino todas tecnologias e consigo decifrar os códigos, mas me esvazio como o ar por não ter peso, parada (pausa), substância oculta egoistamente repreendida. Sou o enigma que todos conhecem e acredito não saberem. Desgarrado me agarro a tudo e perco as forças pelo meu oposto.
Melodia insensata da apatia dançada horas com amor, outras pela dor, paranoias, carícias, docilidade caminhadas sem rumo a um destino incerto. Sou o possível sabotado que luta a se reerguer. Sou o sonho sem a coragem. O ser falsamente sem cultura que se preenche e esvazia todo dia acompanhando sol e lua.
Beijo mutável, me definiria como “isto” e daí para diante até tudo o que sou!