segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ensaiando um Sorriso


Em dias assim que penso em abrir as pernas e dar para qualquer um, para que como uma vadia os mastros rijos me violentem e façam com que essa vontade de não estar vivo tenha chance de se concretizar me matando em uma roleta russa sexualmente transmissível.
Nem vivo, nem morto, apático eu sigo com um nó na garganta rumo a lugar algum. Por que será que sou assim? Até quando eu vou durar? Pé ante pé a marcha fúnebre segue o séquito honroso de alguém insignificante que jamais existiu. Deitado sobre lâminas desejo o corte ferruginoso das minhas "pequeninas", fazendo arrepiar cada extremidade do pedaço fétido de carne que carrego como se fosse um corpo. A consciência teimosa se aliou ao superego e não me deixam praticar uma infinidade de atos masoquistas tão merecidos a alma machucada por sentir de mais o tempo. Meras ilusões do nosso existir. Quero transcender
transcender esse mundo de aparências,
esse mundo de coisas fixas em suas possibilidades de mudança.
Transcender a mecanicidade dos sentimentos tão quimicamente programados que nada valem.
Transcender a necessidade irracional, ou mesmo racional de existir. Estar fora do possível e não precisar ser hipócrita em dizer que não sinto nada sentindo de mais; dizendo que não desejo viver vivendo em excesso. Oh! Niilismo sem sentido certo vem de uma incerteza rumo a um destino não programado. Melhor ir dormir agora que minha pequena criança deixou os seus alteregos assumirem para arreganhar ainda mais minhas pernas até que tenha o corpo desintegrado por levar surra, redentora, de picas inesgotáveis dessa sociedade humana, desse cotidiano, dessa porra toda me preenchendo - vazio.

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