terça-feira, 26 de março de 2013
Um nó em mim
Somos 5 de um todo e meio de um. Não deixaremos que ele assuma até termos atingido nosso objetivo.
O humano inventou e reinventa sua forma de viver. Sejamos cultos ou fúteis esses valores são relativos por serem construções. O sentido das coisas só existe para quem se relaciona no interior dessas construções. As plantas existem por si mesmas a seu modo, assim como os animais e nós mesmos vivemos cada qual com seu modo inventado de existência. Instinto ou cultura são irrelevantes para a existência e possível essência das coisas. Desejo deixar fluir as sensações que perpassam por mim para enxergar a estrutura dessas construções.
Embebido pela cultura eu fico enjoado pela decrepitude e degenerescência humana diante do mundo aparente que inventamos. Fico com vontade de me desligar do sim e do não, do bom e do ruim, cultural ou fútil e não estar no caminho do meio de Buda para estar em lugar algum. Não ligar para negar a negação e perder o sentido para parar de perder tempo sendo regido por normas e regras. Estamos nos lixando para os tabus.
Tudo é tão banal, comum, possível. Viver a efemeridade de uma promiscuidade sexual ou alimentar; promiscuidade cultural entre entretenimento, ócio ou trabalho; estar escravo dos sentidos ou senhor da razão absoluta; bancar o inteligente ou ignorante quando somos meros seres sub pensantes, estou assim cansado desse “blasé-isse”, desses nunca imprevistos, desse mundo meta – e – físico.
Preciso de algo para me inebriar, pois a realidade, a futilidade, a “culticidade”, todos esses tipos de tóxicos não surtem mais efeito. Seria a morte a próxima escolha? Eu nem tenho preconceitos contra ela, vai que tudo acaba e assim me decomponho na não existência. Finda-se o presente, passado e futuro prensados pelo tempo e o SER termina.
Enquanto isto estou parado na encruzilhada apenas com uma questão: qual atitude tomar? Mas mesmo essa questão está presa a várias notas de rodapé – como é que se dá a construção da vontade? Por que desejamos algo e o que nos liga a esse desejo? Viver depende desse desejar, dessa vontade, dessa escolha? Como é que escolhemos e por que escolhemos? O que é isso que o humano tem que parece estar defeituoso em mim?
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