sábado, 19 de janeiro de 2013

Ricardo Guilherme Piloni - final

Ama-me menos, mas ama-me por mais tempo!
Agora que já terminou não é mais tempo de se fixar em onde ou não eu teria errado. A vida não será a mesma e os erros e pessoas também não serão. Embora fique um sentimento de lição aprendida a vida, como Milan Kundera já disse, não pode ser planejada, ela não passa de um rascunho que só pode ser escrito uma vez. Não dá para refazer, apenas fazer a partir do que sobrou. Como me arrependo de não ter lido mais esse blog e visto que tudo se repete como em um inferno mecanicamente programado... Será que ainda existira um outro alguém único? O que vale a pena, resguardar o coração para a pureza adquirida pela dor, viver um ideal, ou ser alguém errante que continua se perdendo em amores possíveis? É sempre assim, um possível que nunca chega ao final real (entenda real como o ideal de casar, viver, envelhecer e morrer junto). Nesse emaranhado de palavras, postagens e inúmeras imagens se encontra toda essência da “mistureba” que eu sou. Aprendo comigo mesmo e renasço das cinzas. Meu nome não significa apenas foca do francês, mas também tem conotação anglo-saxônica de renascer. O meu signo representa a transformação da morte e da ressurreição e meu orixá de cabeça é o que transita hora no lar, hora na mata (caçador solitário). O interessante é que cada vez que meu drama se repete eu reinicio os ciclos de uma forma nova, cada dia tendo uma ponderação mais plaina sobre a forma de olhar e lidar com as situações. Sinto muito, de verdade, por ter lhe causado dor e não poder atender as expectativas que obriguei você engolir. Não me tornei rei de mim mesmo, mas caminho dia a dia para dominar os meus dois gênios (o bom e o ruim). Queria que desse certo e que você também pudesse ver como eu vejo as coisas, mas nosso “carma” é diferente, fato que me leva a crer que por mais que eu pudesse manipular o destino e o resultado das coisas, não haveria meios de impedir que ocorresse o que ocorreu. Não por destino, mas porque a casualidade era inevitável nesse sentido. Nossas diferenças foram suficientemente fortes para destruir de ambos os lados toda possibilidade de ficarmos juntos mesmo diante de qualquer adversidade. Até mesmo um para sempre imaturo pode ser destruído quando o inconsciente domina.
Nessa fase presente eu busco me comparar muito a Macabéa do livro “A hora da estrela”. Em toda aquela ignorância parece existir algo de meigo e algo sábio que sempre escapa a ela. O espírito de Macabéa vive em mim e se não conseguir abrir meus olhos estarei preso a esse ciclo de erros. Com todos porém ainda sou feliz, pois estou vivo para viver mais um dia e você também vive em mim.
Vá ser feliz meu amor e serei feliz com as partes suas que sobraram em mim!

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