domingo, 6 de junho de 2010

Repetidamente eu


Já não para de doer essa coisa insistente de desejo e sonho. Estou muito triste e já não sei dizer se é por você ou por mim? Digo isso por você no sentido de amor impossível, idealizado, indefinidamente grande e sem sentido. E por mim de uma vida insatisfatória já que se resume a trabalho, dinheiro e como gastá-lo. Os imponderáveis que dão o gostinho do diferente, do perigo e etc. estão proibidos. Sou agora: “jovem ainda” e “professor”. Em que medida uma pessoa pode preservar sua sanidade quando vive mascaras entre formas de se fazer e de ser tão antagônicas. Tal qual o feitiço de Áquila eu me divido entre um ser do dia e outro da noite, pode me chamar, por assim dizer, de esquizofrênico.

A vontade de não levantar nas manhas de semana, de não sair nos dias previstos, de não conversar com as mesmas pessoas e não cumprir com rotinas esfacela meu ego. São coisas que aumentam o câncer em cada célula minha na disputa pela destruição total. Aniquilação pode ser a palavra final para acabar com essa sensação sem controle. São impulsos, idéias que fogem ao controle do superego, e instintivamente encontram o canal da libido para desperdiçar uma quantidade enorme de energia e tempo com coisas completamente fúteis. E o que não é fútil hoje em dia, eu perguntaria a minha consciência que em silêncio daria a resposta por abandono ou desistência das hipóteses sobre o mundo das verdades, o dito mundo real.

Estou sozinho, sem amparo filosófico, moral ou social. Amigos são muitos, porém eletrônicos de mais para poder me aquecer no calor de uma casa injustamente alugada para minha pessoa. Viver com os pais e pagar por isso parece uma boa definição de purgatório. Será que no final da rodada serei merecedor de entrar no reino dos céus?
Infelizmente não estou me sentindo capaz o bastante de permanecer nessa situação nem de lutar contra. Irei me enclausurar e juntar dinheiro para tentar nova sorte em outros possíveis. Espero ter tempo o suficiente e forças a fim de realizar essa imprevisão de futuro. Por que será que me sinto assim tão fraco? Em que medida eu sou diferente das pessoas em não conseguir olhar as coisas fora dessa “má sorte” que são os acasos? Não é burrice, é algo além que me domina e está me extasiando. As forças para permanecer na batalha estão praticamente no final. Não quero desistir, não quero lutar, só queria poder viver e amar em paz.

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