quarta-feira, 15 de abril de 2015

Ame Onna

Chuva me molhe,
encharque pelos, pele, boca, olhos, orifícios.
Molhe a mim.
Molhe assim:
primeiro sutil, gentil, doce.
Depois me agrida, brutalmente flua em mim,
me afogue,
me dissolva,
me escorra pela rua como entulho.
Quando se cansar, podemos descansar em uma poça,
fossa, potinhos, copinhos e afins.
Quem sabe ate ser bebido, fervido, transformado dentro de outrem.
Nos de tempo e iremos desaparecer,
evaporando,
fugindo,
nos unindo,
Crescendo
até escurecer outros céus,
embeber outros corpos.
Embelezar, enfurecer, chover por ai.
Do céu aos olhos, gota a gotas em tudo estar
em todos,

e não ficar com ninguém.       

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