Mora em mim um demônio.
Quero aproveitar tudo o que o caos possa me trazer.
Enregelando o espírito deito-me lentamente sobre lençóis mudos.
Descobrindo corpos em seus tesouros, cores, aromas, gemidos, sabores. A arte
corporal do ser, compartilhado. Usos do prazer,
modos de se fazer,
e como ser,
se mesclam
indistintamente ao paladar sem refinamento presente em minha luxuria.
Pequenos espíritos que procuravam ser o que não eram, ou
talvez de tanto se enganar já houvessem transformado no que anteriormente não
poderiam ser. Todos escravizados por esse demônio inventado, meu soberano EU.
Mata-me.
Sufoca-me.
Faça-me ou faço-me algo já.
Consciência circular, presa aos ciclos desse previsível acaso
perverso.
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