Sufocado, não me faço de rogado em descobrir suas fugas deixando-me
aqui órfão, a própria sorte, para que eu me aventure por FINAIS possíveis. Tudo
é intensidade e apatia. Os sentimentos se fazem confusos, vazios, obtusos.
Secaram-se até as lágrimas tomadas pela falta de propósito
tendo ido acompanhar a vida de mim extraviada. Uma alma errante em um corpo mecânico.
Fechando os olhos ainda é possível sentir o pulsar contínuo
dos processos físicos e químicos dentro de um “eu”. A mágica transformação
desencantada de um ser.
Por que será que gostamos do que gostamos? O que move nossa
vontade? Como se estabelecem nossos prazeres, gostos e dissabores? Quem pode
saber distinguir a tênue linha entre o biológico e o cultural? Cada pessoa
perceberia as coisas de modo singular ou isso é ilusório?
Vendo um bebê se movendo ao ritmo de um som, esboçando uma
forma própria de sentir e se expressar através da dança eu me pergunto tudo
isso. Mas afinal, o que é o dançar? Por que pode esse ato nos proporcionar o
que proporciona e a outras pessoas ocorreria algo oposto? Essa singularidade de
uma subjetividade coletivizada me angustia.
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