Palavras que ecoam dentro de mim como um grito, eu grito, é
mudo, é sufoco, é imundo, é mito. Simplesmente o exagerado exageramento do eu,
louco, perdido, histérico, paranoico, possessivo, asfixiante.
Dos olhos a necessidade de fuga, o principio, escada para
salvação ou danação. Destino incerto, palavras obtusas. Escrevo como se as mensagens
fossem meu desabafo, a principio no celular, posteriormente diário.
O afeto teima em não me dar postura para dizer se vá de uma
vez, mas a permanência latente corrói cada célula me dando enjoo como se a vida
não devesse continuar. É uma disputa de hipocrisia e felicidades aparente, uma
disputa por sobreviver, lembrar, esquecer importando-se ou não.
Com boca calada falo com olhos, pele, movimentos cujo quais
sempre me comuniquei e que representam a forma a qual eu consigo expressar o
que quero... Não faça o amor virar ódio, não enfie lanças em minha bexiga, pois
nada é simples e talvez seja até um pouco mais complicado. Me cansa pensar,
deixo os dedos digitando sem parar, sem correções, apenas falando o interno o
que meu eu talvez não veja, aquilo que me escapa.
Relação morta em estado de putrefação afeta a ambos, mas
apenas um adoece. Que escolha tenho?
Não há mais o que tentar, estou morto e assassinado dia após
dia por ter você a meu lado lembrando me do estado – inerte.
Me sinto tão egoísta quanto a vontade de ficar isolado, sem
força, sem dinheiro, inteligência, beleza ou esperança quero apenas estar
deitado no silencio e ter todos rostos apagados, de um passado sem registros,
sem família, sem substância... Muitas palavras e nada de me entregarem as
tintas que aguardo em frente à casa a antiga.