quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Sueli


Anne Sexton - Barefoot

Loving me with my shoes off 
means loving my long brown legs, 
sweet dears, as good as spoons; 
and my feet, those two children 
let out to play naked. Intricate nubs, 
my toes. No longer bound. 
And what's more, see toenails and 
all ten stages, root by root. 
All spirited and wild, this little 
piggy went to market and this little piggy 
stayed. Long brown legs and long brown toes. 
Further up, my darling, the woman 
is calling her secrets, little houses, 
little tongues that tell you. 

There is no one else but us 
in this house on the land spit. 
The sea wears a bell in its navel. 
And I'm your barefoot wench for a 
whole week. Do you care for salami? 
No. You'd rather not have a scotch? 
No. You don't really drink. You do 
drink me. The gulls kill fish, 
crying out like three-year-olds. 
The surf's a narcotic, calling out, 
I am, I am, I am 
all night long. Barefoot, 
I drum up and down your back. 
In the morning I run from door to door 
of the cabin playing chase me. 
Now you grab me by the ankles. 
Now you work your way up the legs 
and come to pierce me at my hunger mark 

***



De que servem os anos, os objetos, infortúnios e furtividades? Todas realizações, decepções, possibilidades, lágrimas, sorrisos... qual o propósito que inventamos quando nós fazemos existência no mundo?
Isso importa?

Na brevidade do tudo que nos é permitido conhecer, e na indiferença dada pela realidade que a natureza nos apresenta, são estas questões deixadas ao vento. Ao invés de pensar em viver devemos viver de fato. Ao invés de refletir se de fato existo devo seguir minha plenitude de acordo com o que me é ofertado agora. O presente momento (isso que por um instante fica preso as lembranças perduradas pela nossa vivência) é o tesouro acima de qualquer lembrançinha material. A experiência que pudemos ter de nos conhecermos para o mundo pouco importa, para mim é um tudo muito importante. Um breve oi, um breve adeus, como uma brisa que mesmo quando esquecida não tem anulado o prazer que nos foi proporcionado. Assim busco palavras imensuráveis pela alegria de ter te “conhecido”, redundantemente aqui repetido. 
Na insustentável leveza de ser
Que sejamos sempre essa felicidade sem definição 
pura e simples 
assim como você 
assim como o vento 
Livres 
Livres na mente e no coração 
Essa foi minha impressão que de ti ficou
Abraços metafísicos

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Suicídio

Vivo a dor do desejo.
Sentir é dor.
Emoções, seja quais forem, representam sempre uma intensidade insuportável de tortura. Por isso desejo a morte e enamoro sua ideia. Serei sempre seu fiel amante, até que a ela me entregue todo.
Mata-me.
Retire minha existência.
Me dispa dessa condição humana ou me cure conferindo o dom da psicopatia. O doce egoísmo, o eu, eu, eu... cíclico como o inferno. Atemporal, como o coma.
Aqui escrevo de olhos cegos, sem travas e revisões o que partes minhas, Fim.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Essas coisas escorrendo dos meus olhos são apenas lágrimas. Quase sem motivo algum elas brotam após implorar por amor ignorado, quando não um carinho ou a satisfação de vícios sexuais. O que será que esse composto de água, sais minerais, proteína e gordura estão fazendo ai? Não seriam elas inúteis? Mera tentativa de lavar dores psíquicas, um placebo que vaza aos olhos em fuga do corpo sofrido.
Com olhar vazio observo o horizonte nebuloso da desesperança e insatisfação.

Apatia!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Insólito amor - Se mantenha ou se vá de uma vez!

Por que tu me faz insistir,
de que me fará desistir
com essa insegurança constante
plantada por sua fragilidade diante das situações inumeráveis.
Segurança perdida,
alma e ciúmes doidos
enquanto você se gasta sozinho
se gasta com os outros,
mas não se aproveita junto a mim.
Deste modo, parado fico me acumulando para ti
Injusta justiça na qual me torturo te mimando,
fazendo coisas para além do meu orgulho e vontades.
Que dor terrível,
sempre dando aos pesadelos novas chances para tuas traições.
Cuida de mim,
fica comigo eu sou mais do que um amigo,
muito embora as vezes penso ser tido como um inimigo
por isso me fazes sempre um tolo sofrido
em te amar assim.
Cadê meu marido?
Me permita também ser feliz
Saiba fazer-me bem
Não me machuque,
não mais uma vez
e mais outra
...
isso parece nunca ter fim.
Quero que você seja livre,
Mas também quero que seja homem o bastante para se dar o respeito.
Estou cansado de ter ferido o meu peito
A vida te dará muitas oportunidades
e para todas haverá um preço
a próxima provavelmente será paga com meu adeus.
É triste o fim, mas isso não pode se sustentar
Não desse jeito
Sem compaixão ou respeito
Se tiver de ser assim
Vá embora para que eu feche a porta.
E fique preso em mim
que quis para nós dois,
mas por ti:
Tudo destruído ou
desperdiçado!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

"Quando acordei esta manhã no quarto úmido e escuro, ouvindo o tamborilar da chuva por todos os lados, tive a impressão de que havia sarado. Estava curada das palpitações no coração que me atormentaram nos últimos dois dias, praticamente impedindo que eu lesse, pensasse ou mesmo levasse a mão ao peito. Um pássaro alucinado se debatia lá dentro, preso na gaiola de osso, disposto a rompê-lo e sair, sacudindo meu corpo inteiro a cada tentativa. Senti vontade de golpear meu coração, arrancá-lo para deter aquela pulsação ridícula que parecia querer saltar do meu coração e sair pelo mundo, seguindo seu próprio rumo. Deitada, com a mão entre os seios, alegrei-me por acordar e sentir a batida tranquila, ritmada e quase imperceptível de meu coração em repouso. Levantei-me, esperando a cada momento ser novamente atormentada, mas isso não ocorreu. Desde que acordei estou em paz".
Sylvia Plath
Se meu despertar nunca ocorre, estaria eu dormindo o tormentoso sono da morte? Embebido pela loucura o corpo se mantem inerte e desritimadamente acelerado.Talvez eu tenha tantas metas a cumprir que não me sobre tempo para o suicídio. Oh, vida corrida, nem para morrer me sobra espaço.

Indiferença


Um cão abandonado, desesperado por pés no capacho de um carro.
Em um capacho perdi meu lar e em todo capacho reza a esperança de amor.
Sempre aos teus pés.
Não importa minha beleza, graça e felicidade, o acaso fez de mim um cão abandonado mecanicamente viciado numa esperança cega.
Não basta partir corações alheios tenho de aceitar minha sina definhando pelo azar latente.
Como bestas feras separadas de seu todo estamos sempre desejando o reencontro querendo nos dividir para sentir a completude nos deparando repetidamente com o inalcançável.
De algum modo estamos sempre despreparados uns para estar com os outros e o fracasso da vitória é rapidamente sentido.
Permaneço assim, sentado em chão frio de onde observo a distância de uma janela. Janela de tão alto prédio esperando apenas ver tua imagem e não me sentir, no mundo, isolado.

Roupas balançando no varal sem que o vislumbre chegue.
Não durou nem dez segundos e jamais, em toda minha vida, retornarei a ter esse momento. O efêmero e fugaz da existência é que ela vai rumo ao nada absoluto da negação tempo e espaço.
Tornamos-nos meros tênis abandonados – sinônimo de morte.
Estradas por onde passou (histórias compartilhadas) tudo registrado pelos pés que caminham em união com o chão.
A tristeza de um sentimento por tudo o que já foi e ficou ausente,
Perdido
Sempre, sempre, sempre...
A tristeza é sólida e corrói
Feito a indiferença

E o viver!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

"Orientações" eleitorais sobre a conduta pública dos servidores


Iniciamos o período de Quaresma Eleitoral, não se esqueçam de cobrir imagens e símbolos que possam comprometer a reflexão social. Anule sua vida particular nos espaços públicos e favoreçamos o não dialogo até findar esse momento de suspensão virtual dos serviços públicos e da sua vida privada nas redes sociais, amém.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Destrua-me!

Viveu pensando que o corpo não morreria,
enquanto em silêncio,
doente,
lentamente apodrecia.
Desesperança filha da euforia ninfomaníaca , repetida,
e repetidamente continuada.
Em quem confiar o doce aperto da pela,
fricções que criam e destroem,
quando, na verdade, nada passa de uma aparência - ilusões.

De que vale o amor? Minha extinção!

Jaz em mim a vontade da morte por ti estimulada.
Fechado e preso ficou o corpo abandonado por aquele que retirou meu coração.
Sintomas da demora daquele que jamais retornará -
Você (do passado ao do presente).
Triste e fria é a lágrima apática que foge em meu rosto inerte.
O silêncio incalável da vontade e esperanças em ti desperdiçadas.
Meu pequeno Príncipe, perdido.  Faça glória do nosso passado, amor divino, dividido... Para sempre destruído.
Ninguém mais.
Diego,
Luís,
Ricardo,
Felipe.
Renan e Momo,
Aqui jaz o Amor
Morto!

sábado, 21 de junho de 2014

Rascunho

Mora em mim um demônio.









Aquele que tudo quer tudo pode e para tal arrasa cidades, faz da vida o impossível estando limitado apenas pela proximidade da morte. Sempre insatisfeito e insaciado torna a vida pedante, um teatro de falsidades sem fim. Porém, não me oferte sossego, essa tempestade não pode ou deve ser detida.






Quero aproveitar tudo o que o caos possa me trazer.


Enregelando o espírito deito-me lentamente sobre lençóis mudos. Descobrindo corpos em seus tesouros, cores, aromas, gemidos, sabores. A arte corporal do ser, compartilhado. Usos do prazer,


modos de se fazer,


e como ser,


 se mesclam indistintamente ao paladar sem refinamento presente em minha luxuria.


Pequenos espíritos que procuravam ser o que não eram, ou talvez de tanto se enganar já houvessem transformado no que anteriormente não poderiam ser. Todos escravizados por esse demônio inventado, meu soberano EU.
Mata-me.
Sufoca-me.
Faça-me ou faço-me algo já.
Consciência circular, presa aos ciclos desse previsível acaso perverso.

Não mais palavras, apenas imagens e pedaços de mim.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Uma ponte:


Deliberadamente um despautério dedicado a inobservância diária.
Flua em mim o fugaz da mudança e morra a morte necessária para letargia do caos.
Dormindo fica o coração descuidado... Cuidado!


quinta-feira, 8 de maio de 2014

"Blazeismos"

    Quão prazeroso é ver o culto a burrice exacerbada todos os dias no aspecto religioso, político, econômico, social, cultural, enfim, no fazer da vida dos diversos grupos que existem e dão mostras do não uso da capacidade intelectiva disponível ao humano. Não se excluem nessa concepção nem mesmo os intelectuais e “intelectualóides”. A academia configura um refúgio a esse caos mundano apoiando-se em excêntricos medíocres – semelhantes que se embebedam do saber metafísico nada pragmático pavoneando-se.
Humano errante

Humano pensante

Humano

Nada

   Qual sua finalidade? Para que ter uma?
   Por sorte tudo o que possui um início, possui um final – Ser e o Não Ser (se tornam meras distrações)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Algo mudaria se você soubesse o dia em que vai morrer?


Onde reside essa vontade de viver que constantemente me abandona?
Sufocado, não me faço de rogado em descobrir suas fugas deixando-me aqui órfão, a própria sorte, para que eu me aventure por FINAIS possíveis. Tudo é intensidade e apatia. Os sentimentos se fazem confusos, vazios, obtusos.

Secaram-se até as lágrimas tomadas pela falta de propósito tendo ido acompanhar a vida de mim extraviada. Uma alma errante em um corpo mecânico.

Fechando os olhos ainda é possível sentir o pulsar contínuo dos processos físicos e químicos dentro de um “eu”. A mágica transformação desencantada de um ser.

Por que será que gostamos do que gostamos? O que move nossa vontade? Como se estabelecem nossos prazeres, gostos e dissabores? Quem pode saber distinguir a tênue linha entre o biológico e o cultural? Cada pessoa perceberia as coisas de modo singular ou isso é ilusório?

Vendo um bebê se movendo ao ritmo de um som, esboçando uma forma própria de sentir e se expressar através da dança eu me pergunto tudo isso. Mas afinal, o que é o dançar? Por que pode esse ato nos proporcionar o que proporciona e a outras pessoas ocorreria algo oposto? Essa singularidade de uma subjetividade coletivizada me angustia.

Estou morrendo.

 Estamos morrendo.

Continuamos buscando uma ideologia para encarar a vida ou pseudo vida por nós escolhida.


Tic-tac o tempo passa e tudo se vai. Assim como um sentido para esses disparates meus.